domingo, 26 de outubro de 2008

O caso de Sean e David (EUA - Brasil)

1 comentário:

Jorge Silva Paulo disse...

Só soube deste blog pelo Notícias-Magazine de 2-Nov. Vi agora o video do menino raptado dos EUA para o Brasil. Sou um pai que também viu a mãe mudar de Badajoz para Las Palmas (Ilhas Canárias) levando o meu filho de 10 anos com ela, em violação explícita da sentença de divórcio, e aproveitando-se (digo bem, porque havia um plano com 2 anos) de um diagnóstico de linfoma. Desde então a mãe tem feito o que lhe ocorre para afastar pai e filho, e só porque temos uma relação muito forte e porque eu não desisti perante os obstáculos que ela levanta, e as derrotas em tribunal espanhol, é que ainda não se cortou o contacto. Também posso confirmar que o meu advogado espanhol não esteve para trabalhar a sério no caso, e isso passa a um tribunal a ideia de falta de confiança no próprio cliente. Juntando a xenofobia espanhola ao caso e aí está, mesmo perante provas claras de mentiras e actos da mãe para afastar pai e filho, de incumprimentos de cuidados básicos da saúde do filho, de dormirem no mesmo quarto meses a fio durante as quimioterapia e radioterapia da mãe (e os dois numa casa de duas assoalhadas, por vontade da mãe), de perda de auto-estima do menor, enfim, de ser óbvio que a mãe usa o filho como uma "bengala" e ansiolítico, os tribunais espanhois mantiveram a guarda e custódia com a mãe.
Vale a pena dizer que a mãe só me acusou de querer a morte dela, e não mostrou provas disso em tribunal - porque não havia nem há. Não fui acusado de mais nada, o que é significativo: sempre paguei e actualizei a pensão, cumpri as entregas aconforme combinado, nunca virei o meu filho contra a mãe, mesmo quando ele me disse que a mãe me odiava, bem como a toda a família de Portugal.
O cúmulo foi ver o tribunal espanhol a manter em vigor uma sentença feita para quando pai e mãe viviam a 200km de distância por estrada, dizendo que "as ligações aéres entre Portugal e Espanha são fluidas" - parecendo ignorar que antes levava 2h de Lx a Badajoz e via o meu filho cada duas semanas e metade do Verão, e agora demoro 8h de viagem e vejo o meu filho - quando a mãe não impede - duas vezes por ano.
Tenho, pois, péssima impressão da Justiça de Família de Las Palmas e sei por experiência dos tribunais como é tão frequente, lá como cá, as mães usarem os filhos para os seus fins pessoais, e tanta gente encobri-las com chavões vazios como "a mãe quer o melhor para o seu filho"...
Ainda tive de ouvir o meu filho dizer-me que "nem um advogado decente consegui arranjar e que não valho nada".
Apesar disso, consolo-me por o meu filho, contrariando fortemente a mãe, não desistir de falar comigo quando lhe telefono todos os dias.
E não vejo que possa conseguir mais nada.
Jorge Silva Paulo