Senado aprova lei que dá direitos iguais a pais e mães separados |
Quando tinha 4 anos, José Lucas Dias só podia entrever o pai pela grade do portão da casa onde morava com a mãe. Era tudo programado, com horário e dia certo de visita, porém, quando a saudade apertava, Rodrigo passava pela rua, batia campainha, mas tinha que se contentar em vê-lo através da grade. A mãe não permitia visitas não autorizadas pelo juiz. Não cedia de jeito nenhum. Por trás do portão, José Lucas mostrava os brinquedos novos para o pai, acenava e os dois acabavam em lágrimas: um do lado de dentro e o outro do lado de fora. Hoje, aos 11 anos, José Lucas vê o mundo sem barreiras. Não só emprestará o nome à nova lei da guarda compartilhada, que acaba de ser aprovada pelo Senado, como veste a camisa e exibe um sorriso de confiança (foto). Depois de sete anos de luta, Rodrigo Dias, pai de José Lucas, não só conseguiu a guarda compartilhada, como a aprovação da lei que constará no Código Civil, depois de sua homologação, prevista para breve. Familiarizado com o assunto, José Lucas angariou 33 assinaturas dos senadores, em Brasília, para que a lei fosse aprovada. Só eram necessárias 19. Junto com o pai, pediu voto de gabinete em gabinete e deu entrevista para os jornais e televisões, com a maturidade de um filho que sabe a importância de um pai presente: “Meu pai fez essa lei para mim. Ela vai evitar que muitas crianças sofram como eu com o afastamento de seus pais. Senti muita saudade dele quando se separou da minha mãe”, disse, de olho nas câmeras de TV. A entrevista de José Lucas repercutiu entre os pais e políticos de Brasília, que prometeram dar o nome de Lucas à Lei da Guarda Compartilhada, de autoria do ex-deputado e ex-embaixador do Brasil em Cuba Tilden Santiago (PT/MG). “Depois de um trabalho exaustivo, das 9h às 19h, fomos a uma churrascaria em Brasília, para comemorar”, explica Rodrigo, que criou, em Minas, o Movimento Pais para Sempre, em função do filho. “Quando entramos, o porteiro nos olhou desconfiado, mas nos sentamos e fizemos o pedido, até que dois cozinheiros, vestidos com seus uniformes brancos, vieram até a nossa mesa e agradeceram ao Lucas, por ter dito publicamente que os filhos sentem saudades dos pais separados. Na hora da conta, outra surpresa. Eles não cobraram a parte do Lucas.” Símbolo da luta pela aprovação da lei, Lucas hoje vê o pai todos os dias, mesmo morando com a mãe. Não sabe que a lei ainda vai voltar para aprovação na Câmara dos Deputados, pois sofreu algumas alterações e retornará ao Senado, antes de ser sancionada pelo presidente da República, mas já se sente vitorioso. Afinal, pai é para sempre. Déa Januzzi http://www.saudeplena.com.br/noticias/index_html?opcao=07-0912-01 |
terça-feira, 20 de maio de 2008
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