Foi à escola EB1 em Amarante
Detido por raptar o próprio filho
A GNR de Amarante deteve anteontem um pedreiro de 34 anos por alegado rapto do próprio filho, desobediência, insultos e agressões às autoridades.
António Rilo
José tem radiografia do resultado de alegadas agressões da GNR
Segundo fonte policial, José M., que ficou sem a custódia do filho, de nove anos, há dois, após divorciar- -se, entrou às 10h00 na EB1 da Igreja, em Santa Cristina, para levar o rapaz. Depois, partiu o vidro da porta principal, fechou-se numa das casas de banho e insultou algumas professoras, que acabaram por pedir auxílio ao posto da GNR local.
Não foi a primeira vez que tentou ver o filho no caminho para a escola, mas ontem, em declarações ao CM, negou a tentativa de rapto. “Não vejo o meu filho há mais de três meses. A mãe não deixa, e só queria vê-lo e falar com ele”, contou, emocionado por o filho lhe ter fugido quando o avistou na escola. “Ele gostava de estar comigo até lhe terem falado mal de mim”, continuou.
Os militares ainda tentaram dissuadir José mas não restou outra hipótese senão a detenção, à qual o pedreiro resistiu. No caminho para o Hospital de Penafiel, o pai envolveu--se em confronto com os soldados, pelo que teve de receber tratamento médico no Hospital de S. João, no Porto. “Fui agredido”, garante.
Depois de sujeito a termo de identidade e residência pelo Tribunal de Amarante, José voltou a casa, no lugar da Agra, em Felgueiras, com a promessa de que pode ver o filho.
"A MÃE NÃO ME DEIXA VER O MEU FILHO"
Estiveram casados cerca de sete anos mas após algumas escaramuças a relação chegou a um fim ditado, segundo os relatos de alguns vizinhos, pelos frequentes episódios de violência doméstica, referenciados pelo posto da GNR local. Dois anos depois, José apenas quer ver e falar com o filho. “A mãe não me deixa vê-lo. Falaram-lhe mal de mim e ele agora tem medo do pai”, confessou ao CM, desejoso de voltar a conviver com a criança. Para isso, prometeu recorrer a todos os meios. “Nem que tenha de pedir ajuda à GNR para o trazer num jipe, algo que a mãe já fez uma vez para o vir buscar, numa altura em que eu até tinha direito de estar com ele”, acrescentou, lamentando o facto de toda a situação estar prejudicar a vida da criança, que é “o único que não tem culpa de nada”. O pedreiro de Amarante ficou, contudo, satisfeito por a juíza que o ouviu ter voltado a garantir-lhe o direito a ver o filho de duas em duas semanas. “Não vou desistir dele. É meu filho”, apontou.
Pedro Sales DiasAntónio Rilo
José tem radiografia do resultado de alegadas agressões da GNR
Fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=275056&idCanal=10
Sem comentários:
Enviar um comentário